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domingo, 18 de julho de 2010

DIA INTERNACIONAL" NELSON MANDELA"






O primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, celebra neste domingo (18) seu 92º aniversário o primeiro Dia Internacional de Nelson Mandela, instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) em novembro do ano passado, por sua contribuição "à cultura da paz e da liberdade".

"Ele vai cortar o bolo junto com sua família. Vamos dar muito amor para que ele sinta até que ponto a família gosta dele", contou à a esposa do líder, Graça Michel, que acrescentou que Mandela está bem, embora fraco.

Diante dos muros da residência do ex-presidente no bairro de Houghton, em Johannesburgo, várias pessoas se reuniram para tentar ver o querido 'Madiba', como o chamam afetuosamente os sul-africanos.

Jessy Martina chegou cedo para exibir um cartaz com as palavras "Feliz aniversário, Madiba". Várias crianças também tentam entregar cartas com parabéns escritas por elas mesmas.

"Esperamos mais gente durante o dia. Infelizmente, ninguém pode entrar. A família pediu intimidade", declarou um policial que cuida da segurança da casa.

Homenagens

"Seu sacrifício não apenas serviu a seu povo na África do Sul, como também fez com que o mundo fosse melhor para todos, em todos os lugares. Hoje, neste primeiro Dia Internacional Nelson Mandela, agradecemos a ele tudo o que fez em nome da liberdade, da justiça e da democracia", afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um comunicado.

De uma caminhada de caridade em Madri até um torneio de futebol em Darfur (Sudão), vários eventos recordam neste domingo o líder sul-africano.

Em seu país, os sul-africanos dedicaram 67 minutos de seu tempo a obras de interesse público, por iniciativa da Fundação Mandela, em referência ao número de anos que dedicou à luta pela igualdade.

Várias personalidades, entre elas o ator Morgan Freeman, que fez o papel de Nelson Mandela no filme "Invictus", subiram numa moto para percorrer durante seis dias a rota até a Cidade do Cabo (sudoeste), parando, de vez em quando, para participar em projetos humanitários.

História

“Nelson” Rolihlahla Mandela deixou a prisão Victor Verster em 1990, caminhando ao lado de sua esposa na época, Winie Madikizela. Aos 72 anos, ele havia passado os últimos 27 atrás das grades por ousar a se opor ao regime racista que dominava a África do Sul. Um mar de pessoas o aguardava nas ruas para dar início finalmente à edificação da democracia sul-africana.

Mandela é filho do conselheiro do chefe máximo do vilarejo de Qunu (atual província do Cabo Oriental), onde nasceu. Aos sete anos, tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Aos 16 anos, seguiu para o Instituto Clarkebury, na África do Sul, onde estudou cultura ocidental.

Militância

Ao final do primeiro ano do curso de Direito na Universidade de Fort Hare, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias e foi expulso da universidade. Ali iniciou sua militância.

A partir de então se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambou (um de seus melhores amigos), entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.

Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180. Em 1961 fundou a ala armada do CNA - Umkhonto we Sizwe (a Lança da Nação) para combater a discriminação do apartheid.

Prisão

Acusado de crimes capitais no julgamento de Rivonia, em 1963, a declaração que deu, no banco dos réus, foi sua afirmação de posição política: "Tenho defendido o ideal de uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas convivam em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e que espero alcançar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer". Em 1964 Mandela foi condenado à prisão perpétua.

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.

Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando foi libertado em 11 de fevereiro pelo presidente Frederik Willem de Klerk, que também revogou a proibição do CNA e de outros movimentos de libertação.

Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime racista, o apartheid, ganhando respeito internacional.

Em 1999, Mandela conseguiu eleger o sucessor, Thabo Mbeki, que posteriormente foi obrigado a deixar a Presidência depois de uma manobra política do seu maior rival dentro do CNA, Jacob Zuma.

Casamentos, separações e aposentadoria

Mandela casou-se três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, de quem se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

Depois de deixar a presidência, Mandela passou a dedicar suas forças ao combate à crise da Aids na África do Sul, levantando milhões de dólares para combater a doença. Seu uníco filho morreu vítima da doença em 2005.

Na semana passada, foi ao estádio Soccer City de Johannesburgo antes da final da Copa do Mundo entre a Espanha e a Holanda, mas se limitou a saudar o público sem assistir ao encontro.

Há um mês, a morte acidental de sua bisneta o levou a cancelar a participação na inauguração do Mundial.

*Com agências internacio

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